Fazendo Amigos

 

Passei um tempo imaginando como classificar o Pe Américo que tanto tem frequentado os sites de sexo do news. Parábens, encontraste a palavra, VOYEURISMO ELETRÔNICO. Mataste a charada.

Rafi

 

Velho Amigo Ronald,

É realmente angustiante quando ficamos procurando por palavras que teimam em não emergir ao nosso consciente. E nada mais relaxante que quando encontramos aquele termo que tanto procurávamos. Mas, reflitamos:

Um mixóscopo é um degenerado que se deleita com a visão dos seus irmãos em Cristo sem as roupas a lhes garantir a modéstia. É o desviado que se compraz ao ver, à guisa de manter a ordem, grupos de jovens adolescentes a fazer suas abluções no banheiro do internato religioso. O depravado que, oculto nas sombras da janela, sub-repticiamente observa o casal de namorados a trocar ousadas e pecaminosas carícias no muro em frente ao convento. O anormal que por uma insuspeita fresta observa o despir daquela freirinha que devido à inclemência do tempo, ficou para passar a noite no mosteiro. Junto ao componente cibernético, teríamos o tarado que navega na Internet, à procura de imagens de jovens bacantes com seus corpos roliços e apetitosos na volúpia de se entregar a desmarcados e lascivos sátiros, na espreita de frágeis pre-adolescentes que em vez de brincar com bonecas se entregam a luxuriantes exercícios com velhos decrépitos e libidinosos que contra elas arremetem com sua gasta virilidade.

Como vês, nada a ver com o seu amigo Américo, que utiliza essas áreas, a pedido da Direção para manter um ambiente acolhedor e simpático para os jovens que procuram a descoberta do sexo oposto, ensinando-os com linguagem franca e decente o que se encontra por baixo dos panos, já que não podemos permitir que o sexo de alguém seja descoberto sem que antes o casal passe pelo sacramento do Santo Matrimônio.

Assim, infelizmente, vou ter que relança-lo na sua saga, pois na verdade, como vês, voyeurismo eletrônico não era exatamente as palavras que perseguias.

Amicus certus in re incerta cernitus,

Padre Américo

 

Sinceramente, pela primeira vez, lhe senti sem ironia. Penso agora que podemos nos entender. Afinal não precisamos concordar em TUDO para nos entendermos com outra pessoa, já que o entendimento em 100% beira a utopia. Pois bem, sei que o padre recebe muitas ironias e alfinetadas de quase todos por aqui (inclusive de mim). Mas não seria interessante não responder na mesma moeda? Não que precise oferecer a outra face, mas deve haver um equilíbrio entre uma coisa e outra. Tudo o que é terreno tem falhas, aí mais um grande sacrifício de Jesus - vir a este mundo imperfeito - Ele, que é perfeito. Tenho certeza que o equilíbrio está em se pensar: "o que faria o Mestre numa situação dessa? "

Pacificamente fico por aqui. Abraço forte e fraterno.

Ronald

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